Energias solar e eólica ganham força no país
Sexta, 19 de Agosto de 2016

Em 25 anos, a matriz do país mudará radicalmente com a ajuda de fontes alternativas, como a eólica e a solar. Essa é a conclusão do relatório New Energy Outlook 2016, produzido pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

A diversificação da matriz energética é ainda mais importante diante da previsão feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE): a demanda por eletricidade no Brasil vai triplicar até 2050. Teremos, até lá, um consumo similar ao de toda a União Europeia. As hidrelétricas produzem, hoje, 61% da energia do país, o que gera uma dependência perigosa diante das secas que têm atingido várias regiões nos últimos anos.

É por isso que fontes alternativas têm conquistado relevância nos últimos anos. "Estamos transitando de uma matriz que era fortemente hidráulica para uma matriz bem mais diversificada", afirma Ennio Peres da Silva, professor do Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) especializado em fontes renováveis de energia.

Apesar do alto crescimento da geração eólica, a fonte alternativa com maior potencial de expansão no Brasil é a energia solar, que deve ganhar força não apenas em usinas, mas também na casa dos consumidores. É possível produzir sua própria energia com a instalação de painéis fotovoltaicos no telhado de casa, por exemplo. Esse conceito leva o nome de geração distribuída. "O Brasil terá 28 gigawatts de plantas solares de geração centralizada instaladas. Na geração distribuída, esperamos ter 97 gigawatts de pequenos sistemas solares no país inteiro até 2040", afirma Lilian. "Isso representa por volta de 9,5 milhões de casas."

A geração distribuída já é uma tendência em países como Austrália, Alemanha e Estados Unidos. No Brasil, o número de instalações já ultrapassa 3 500, sendo que o ano passado fechou com 1 785. A popularização dos painéis solares condiz com uma pesquisa da consultoria Accenture: oito em cada dez brasileiros estão interessados em ser autossuficientes na geração de eletricidade.

Gerar sua própria energia em casa com a ajuda do Sol, guardar o excedente em baterias para usar no futuro ou vender para as concessionárias e ganhar créditos nas contas de luz não só é uma tendência mundial como já é possível no Brasil desde 2012. "Esperamos que, em cinco anos, uma revolução de geração distribuída acontecerá no país, que deve, então, se tornar um dos maiores mercados do mundo nesse setor", diz Lilian Alves.

 

Fonte: Grande FM.